Honestidade e o Voto
Estamos já em período pré-eleitoral, mesmo que o TSE não permita
isto, mas muitos já estão se apresentando como candidatos para 2018,
especialmente a presidência da república, com diversos pré-candidatos saindo,
como João Dória Jr. (Atualmente no PSDB, mas pode trocar de partido), Jair
Bolsonaro (atualmente no PSC, mas indo para o PEN, futuro Patriotas), Ciro
Gomes (PDT), Marina Silva (REDE), Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), além dos
clássicos candidatos de toda eleição, como Levy Fidelix (PRTB), Rui Costa
Pimenta (PCO) e José Maria Eymael (PSDC).
Neste universo de candidatos
que estão saindo, muitos estão se colocando na tese pra votar em candidato X
por este ser honesto, sendo este um erro crasso de motivo para escolher a quem
se votar.
A questão da honestidade tem
que ser avaliada racionalmente, pois existem várias formas de ser honesto, que
isto não significa realmente que o candidato seria uma boa opção para ser
votado em qualquer cargo, pois existem 3 formas básicas de se ser honesto no
meio político.
A primeira destas formas é a mais complexa, que é realmente se
recusar a receber qualquer benefício lícito e ilícito por meio da sua atividade
política, tendo uma vida política totalmente integra, sendo uma extrema minoria
isto.
Outra forma é recusar qualquer verba de forma ilícita, mas aceitar
ser comprado de forma lícita, como por verba parlamentar em um valor elevado,
algo que foi muito aplicado nas denúncias contra Dilma Rousseff (PT) e, em
maior grau, Michel Temer (PMDB), onde muitos políticos alteraram seu voto após
o recebimento desta verba, que pode ser legal a sua forma de recebimento, mas
acaba sendo imoral, podendo para o político contar como sendo honesto, mas para
o grande público acaba não contando tanto.
E a forma que ocorre em partidos ideológicos de honestidade em sua
maioria é serem honestos pela ausência de alguém os procurar para comprar, pois
estes tem um posicionamento fixo, acabando sendo uma perda de tempo buscar
estes, pois acabarão indo para determinada posição, independente da verba que
venha ou não. Geralmente este tipo de político tem pouca influência, pertencente
a movimentos minoritários e se exclui do jogo político usual. Este é o caso
clássico do PSOL, que dificilmente debate questões e fica com este
posicionamento fixo intransigente, que poderia até ser mudado com um debate
sério, mas continuam com a cabeça dura.
Outsiders podem vir também aparecendo com este discurso da
honestidade, mas também não importaria tanto para o debate, pois nunca teria se
envolvido com o meio político, não tendo importância na alegação.
Mas mesmo se for o tipo mais raro de honestidade, que é o honesto
real, que se recusa a receber qualquer tipo de verba, não tem relevância para o
debate político no mundo real.
Em tempos de Lava Jato, Zelotes, entre tantas operações da Polícia
Federal, que tem denunciado todos os mandos e desmandos dos políticos
envolvidos com corrupção, tem parecido que honestidade seria um plus na vida de
um político, quando isto seria uma forma de desvirtuar a lógica política
básica, onde a ideia de não ser um ladrão deveria ser o básico para ser um
candidato, não um diferencial para ser aclamado aos 4 ventos e ser um
diferencial para ser escolhido o voto. É quase como na infância pedir uma
celebração aos pais por ter avançado de série no ensino básico por ter passado
na média, e dizer que realmente merece algo por ter pessoas reprovadas na mesma
turma.
Quando for analisar a pessoa para quem ser votada, não foque na
sua honestidade, mas na sua desonestidade, pois se for desonesta, denunciada em
operações da PF, entre outros, já rejeite o voto nesta. Se não tiver nada que
onere o seu nome, não já defina o voto nestes honestos, pois as ideias e
propostas destes são o que deve ser realmente avaliado com afinco, pois existem
muitos que defendem ideias psicopatas no meio político, prontos para roubar teu
dinheiro legalmente via impostos, mas não usariam isto para benefício próprio,
mas alegando um suposto “bem estar social”.
Um honesto com ideias destrutivas é pior do que um desonesto acomodado no meio político, pois enquanto um ladrão rouba parte do seu presente, este tipo de honesto pode roubar todo seu futuro.
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